Raí T. Rio

Eu sei que um dia tudo passará
Eu sei que a noite vai amanhecer
E muitas crianças bonitas vão nascer
Só não sei o mundo em que irão viver

Velhos tempos que não voltam mais
Modernos profetas vão cantando o caos
Dizem que os sonhos vão envelhecer
E que o tempo não dá tempo pra viver

A rua em que eu vivi
Ainda está lá
A casa que me viu nascer
E o namoro no portão
Te estudei com a minha mão
Comparando o meu corpo ao teu

Sei que os tempos não são flores
Mas não fique assim com medo de viver
Ninguém vive sem amores
Navegue contra o tempo, eu quero lembrar de você (até o sol nascer)

No tempo que a gente podia namorar no portão…

Pra que ficar medindo amor
Pra que saber quem é o melhor?
Às vezes, a primeira vez
A gente nem sabe o que fez
Ficamos por aqui

Ninguém precisa mais fingir
É mais ou menos natural
Querer não ser de novo igual
Sabe o que mais?
Nunca é demais

Beijar levando na boca
Alguma coisa mui louca
Querer ficar sem se ligar
No dia, mês e hora
Jogar fora um ano ou dois
Tudo, tudo por amor

Alguma coisa vai mudar
Quando este amor te derrubar
Não diga: Ainda é cedo
Invente um outro medo
Agora deixe eu te tocar

Como se fosse te levar
Pra lá do paraíso
Pra onde for preciso
Sabe o que mais?
Nunca é demais

Brilha no céu, de novo, uma estrela
Soltando a luz que reluz seu olhar
Paira no tempo um sonho perdido
Que a gente só pensa em de novo encontrar
Solto meu grito, seu nome ao vento
E fico voando no meu pensamento
Te espero mais livre a cada manhã
Cheiro uma flor de cravo e canela
E fico curtindo da minha janela
Teu corpo suave de hortelã

Brilha no céu, de novo, uma estrela
Soltando a luz que reluz seu olhar
Paira no tempo um sonho perdido
Que a gente só pensa em de novo encontrar
Solto meu grito, seu nome ao vento
E fico voando no meu pensamento
Te espero mais livre a cada manhã
Cheiro uma flor de cravo e canela
E fico curtindo da minha janela
Teu corpo suave de hortelã

Solto meu grito, teu nome ao vento
E fico voando no meu pensamento
Te espero mais livre a cada manhã
Cheiro uma flor de cravo e canela
E fico curtindo da minha janela
Teu corpo suave de hortelã

O nosso amor entrou na roda
E dançou, se deu mal
Perdeu o cheiro
Exagerou no sal

O nosso amor passou da hora
E calou, deu pra trás
Ganhou um beijo
Mas chorou no cais

Fez estrago no que era fácil
Deu a nota fora do compasso
Fez milagre no que era santo
Foi demais, não precisava tanto

Mexeu em nosso segredo
Apontou o dedo e errou
Mudou do quarto pra sala
E nem deu pra fazer as malas
De lá pra cá, desandou

Mais uma vez você deixa o cais
Meu amor, ao sabor das marés
Eu te quis, eu te quero, mar
Mas não deixe secar os meus pés

As canções, acredite ou não
Vão dizer onde o sol se escondeu
E depois que a luz te quiser chegar
Tenha sonhos da não esquecer

E tudo é mistério e sal
Histórias, histórias, meu mundo real
Venta um silêncio bom
Não precisa dizer que não vens

Escuta bem o que eu tenho
Pra te dizer
Não dá pra imaginar
Eu te perder

Eu vou me entregar
Te adoro demais
Fiz pra você essa canção
Busquei lá no meu coração
Tantas histórias pra te dar

Eu vou me confessar
Vem cuidar pra sempre de mim
(Há muito tempo que estou
A procurar por seu amor)

(Há muito tempo que eu estou)
Que eu estou
(A procurar por seu amor)

Me acalma nos teus braços
Me prende em teu destino
Deixe eu viajar na luz do seu olhar

Por todos os lugares
Nas tardes num jardim
Nas ruas da cidade
Nas noites de pekim

Vem cuidar, oh baby, sempre de mim